Profano o espaço. que será. seja. um caminho. vereda de memórias.

sábado, 9 de fevereiro de 2008

Sopros e andamentos






escreve as coisas imprecisas
um risco no mármore
a pomba podre
na janela

o que não arde



vê no risco da parede
o trajecto da viagem
o tráfego
o nobre edifício

o átomo circular


escreve o impreciso
à passagem lapidar:
um jornal tido
abandonado na laje
o vício popular
o lixo





mulher de olhos vendados
está com as mãos ocupadas

no cordel

ata despacha assina
com olhos rasurados
luz no pulso ouropel



as mãos de menina
já velhas encolhem-se puxadas
vão e vêm



resume inclina-se
detém-se continua
pensa agrafa
estica rende
convém


estima declina
o tempo são estátuas
o mundo é muito longe
a casa presume

o verbo habitar o fumo



adeja volátil abelha
recolhe
fósforo
não incendeia
descansa
tudo profissional

deseja


passa ouvido ao telefone
a ida sozinha
aos buracos no exílio
uma aldeia próxima
crê em tudo
sempre alheia


vinda confessa-se do mundo às amigas
é hora é almoço
distrai-se e
é distraída

JRM












6 comentários:

isabel mendes ferreira disse...

sopro em andamento.

como que de fuga.
para a frente?

a sua Poesia voa.

alto.


________________
beijo.

Cristina Gomes da Silva disse...

Andava quase para não te perdoar a preguiça. Já te reli. Já perdoei. Abraço apertadinho

Gabriela Rocha Martins disse...

tao seu
tão
meu

igual
a
si

que
dói

.
um beijo

Bandida disse...

andamentos... gosto!

isabel mendes ferreira disse...

obriaga.



jrdm.



sorriso.


.

eddy disse...

aqui regresso e mudo esboço um sorriso.

Bonito poema!

Um abraço