
escreve as coisas imprecisas
um risco no mármore
a pomba podre
na janela
o que não arde
vê no risco da parede
o trajecto da viagem
o tráfego
o nobre edifício
o átomo circular
escreve o impreciso
à passagem lapidar:
um jornal tido
abandonado na laje
o vício popular
o lixo

mulher de olhos vendados
está com as mãos ocupadas
no cordel
ata despacha assina
com olhos rasurados
luz no pulso ouropel
as mãos de menina
já velhas encolhem-se puxadas
vão e vêm
resume inclina-se
detém-se continua
pensa agrafa
estica rende
convém
estima declina
o tempo são estátuas
o mundo é muito longe
a casa presume
o verbo habitar o fumo
adeja volátil abelha
recolhe fósforo
não incendeia
descansa
tudo profissional
deseja
passa ouvido ao telefone
a ida sozinha
aos buracos no exílio
uma aldeia próxima
crê em tudo
sempre alheia
vinda confessa-se do mundo às amigas
é hora é almoço
distrai-se e
é distraída
6 comentários:
sopro em andamento.
como que de fuga.
para a frente?
a sua Poesia voa.
alto.
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beijo.
Andava quase para não te perdoar a preguiça. Já te reli. Já perdoei. Abraço apertadinho
tao seu
tão
meu
igual
a
si
que
dói
.
um beijo
andamentos... gosto!
obriaga.
jrdm.
sorriso.
.
aqui regresso e mudo esboço um sorriso.
Bonito poema!
Um abraço
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