o sol a pino árvore pingando sangue na cal da parede
à sombra mansa do pinheiro a lã vermelha luz
o homem cospe depois bebe vinho mata a sede
verga-se à faca afia-a em pedra lisa cinzenta
olhando uma estrela branca na cabeça do carneiro
o sangue de rompante é a degola do primeiro
a faca a prumo na garganta a pele soprada
a faca esquartejando o sangue no terreiro
a carne viva o suspender na trave cruzada
cobrindo de vermelho um véu de espuma
ainda o carneiro os olhos como bolas
retirados a desvio de faca rente com o riso complacente
de quem tudo esventrou por dentro
os olhos agradados das crianças
escondidas ou afastadas da matança
pedindo por esmolas ou jurando sempre jejuar
espreitando e recolhendo as raparigas as tranças
os rapazes olhando cobrindo os olhos do calor
cumpri um dever no meu cadáver - disse o homemobscuro impenetrável atirando os braços ao ar
como se estar vivo fosse nascer para matar
e ver os outros desfrutar no palreio no conversar
e rindo vendo as crianças já ao longe a dançar
ou fazendo cada uma delas a sua cova de balde e pá
e os cães deitados no chão atendessem ao chamamento
e se afastassem correndo ao portal
para que o ar bulisse de momento
8 comentários:
não acredito!!!!!
(tanta beleza MATA!!!)
__________________.
cheguei agora.
e mal tive tempo para me refazer do espanto/encanto.
volto.
amanhã e sempre.
encantada.
boa noite.
Profano.
:) cordialmente.
Boa! Já cá estás. São sete e meia da manhã e vou pôr as meninas à escola. Volto à tarde para ler tudo. Fiquei contente. Obrigada Isabel que fez o nosso amigo sair da casca.
Abracinhos aos dois
pois mata! também agradeço à isa. assim posso variar as leituras e cada vez para melhor. parabéns!
Talvez um dia, haja um sitio indicado pela Isabel que não me encante. Talvez um dia...
Quem assim escreve, deve forçosamente por aqui andar.
Deixo um obrigado pelo prazer que daqui tirei.
o post da "Adélia" não abre a coments????
:((((
paciência.
venho só desejar bons voos...
cordialmente.
.piano.
Vou continuar por aqui o meu curso interrompido! Gostei. E de algum modo fez-me regressar à infância quando eu era um dos rapazinhos de que falas....
não conhecesse
eu
o
teu
poemar
e
perguntaria
quem
é
o excelso?
mas sei
um beijo
hoje.
sem saber muito bem porquê...:)
bebo este cálice.
___________
boa noite J.
Enviar um comentário